
As garotas pin-up começaram a embelezar paredes nos EUA no início do século XX e viraram febre entre os soldados durante as duas guerras mundiais. As mocinhas de pele alva e batom vermelho, fotografadas ou desenhadas em poses esdrúxulas fazendo carinha de sapeca entraram no imaginário coletivo, e um revival das pin-ups nos anos 2000 incorporou também as tatuagens e um erotismo mais explícito nos corpos, caras e bocas das moçoilas.
Baralho com as Vargas Girls: séquissi. Imagem via Recycled Wares
O fotógrafo estadunidense Rion Sabean teve a fantástica ideia de se apropriar da estética pin-up e registrar homens acompanhados de objetos do universo estereotipicamente masculino: moçoilos em poses ousadas fazendo carinha de safados em meio a ferramentas, churrasqueira e serra elétrica. O resultado é o impagável ensaio “Men-ups!”, com doze fotos, uma para cada mês do ano, prontas para serem pregadas na parede e satisfazer mulheres e homens (principalmente aquelas ou aqueles que curtem um barbado).
Todas as imagens por Rion Sabean via Flickr
“A sociedade define os sexos como se eles nascessem com traços inerentes e exclusivos que na realidade são impostos pela própria sociedade. Desde coisas pequenas como cor, roupas e até as poses, os sexos são forçados a aceitar ideais que não são inatos”, comenta Sabean em seu site.
“Men-Ups! é um projeto com o objetivo de inverter os estereótipos criados pela sociedade, colocando as perguntas: por que uma pose é considerada sexual quando é uma mulher, mas não quando é um homem? Por que se considera cômico ou inquietante quando homens agem em maneiras socialmente consideradas ‘femininas’?”
Boas questões, muito bem ilustradas com as fotos do ensaio – que também escancaram o quanto é ridícula e ofensiva essa maneira sexualizada de representar as mulheres.
Gratidão às queridas Marina e Aline pela dica de post.
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